domingo, 13 de julho de 2014

Em quais situações o pâncreas artificial é necessário?

Neste vídeo, filmado durante o Congresso Americano de Diabetes - ADA 2014, Dr. Walter Minicucci, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD, faz comentários em torno da questão:


Destaques do Congresso Americano de Diabetes, segundo a SBD:


Intervenção na fase do pré-diabetes reduz risco cardiovascular

O tratamento do pré-diabetes e a restauração da regulação normal da glicemia reduz o risco cardiovascular, como mostram os resultados do Diabetes Prevention Program Outcomes Study. As pontuações de Framingham foram mais altas no grupo de pré-diabetes (16,2 vs. 15,2 naqueles que conseguiram restaurar os níveis glicêmicos e 14,3 naqueles com diabetes). Houve uma redução de 28% na ocorrência de complicações microvasculares, em comparação com aqueles que não desenvolveram diabetes. Os resultados do estudo mostram que intervenções efetivas na fase de pré-diabetes são importantes para a redução de complicações em estado inicial.


Resultados do Programa de Prevenção do Diabetes após 15 anos

Num seguimento de 15 anos, os resultados do estudo Diabetes Prevention Program mostraram que alterações no estilo de vida promoveram uma redução de 27% no risco de desenvolvimento do diabetes, enquanto que essa redução foi de 17% nos pacientes tratados com metformina. Não apenas isso, mas o tratamento através das alterações do estilo de vida reduziram o risco de diabetes em 58%, em comparação com a redução de 31% proporcionada pela metformina. As principais conclusões do estudo foram: ambas as intervenções reduziram o desenvolvimento do diabetes em pacientes de alto risco durante um período de 15 anos de seguimento. Ambos os tratamentos ajudaram a prevenir o desenvolvimento do diabetes em longo prazo.


O pâncreas biônico mostrou-se efetivo em reduzir a glicemia durante vários dias

O pâncreas “biônico” é um recurso que incorpora a liberação de glucagon e de insulina, dependendo dos níveis glicêmicos de cada momento, durante 5 dias consecutivos em pacientes com diabetes tipo 1 (DM1). O diferencial mais importante desse recurso reside exatamente em sua capacidade de liberar insulina ou glucagon, dependendo dos níveis glicêmicos aumentados (quando apenas a insulina é injetada) ou diminuídos (quando apenas o glucagon é liberado para evitar a hipoglicemia). No presente estudo, o pâncreas biônico conseguiu proporcionar um nível médio de glicemia da ordem de 138 mg/dL, reduzindo a frequência de tratamentos para hipoglicemia na base de um episódio a cada 0,8 dias para um episódio a cada 1,6 dias. O uso do pâncreas biônico bihormonal resulta no melhor controle glicêmico possível, em comparação a outras estratégias de controle.


Nova meta de A1C <7,5% para crianças com DM1 e idosos

A American Diabetes Association (ADA) passou a recomendar agora que crianças e jovens abaixo de 19 anos e com DM1 devem manter um nível de A1C abaixo de 7,5%. Até recentemente, a meta recomendada de A1C era de 8,5% para crianças abaixo de 6 anos, de 8% para crianças entre 6 e 12 anos e de 7,5% para adolescentes. Novas evidências indicaram a existência de um risco maior de dano por hiperglicemia prolongada que poderia ocorrer em crianças mantidas por tempo prolongado com níveis de A1C ≥8,5%. Essa meta de A1C <7,5% também deve ser sugerida para pacientes idosos e portadores de DM1 há vários anos.


Nova combinação fixa de fármacos antidiabéticos injetáveis mostra eficácia mesmo após um ano de estudo

A Novo Nordisk desenvolveu um novo produto injetável para o tratamento do diabetes, identificado como IDegLira, o qual combina sua insulina de ação prolongada (degludec) com liraglutida, um agonista do receptor de GLP1. Após 52 semanas de tratamento, os pacientes apresentaram uma redução média de 1,8% nos níveis de A1C, em comparação com um declínio de 1,4% no grupo que recebeu insulina e de 1,2% no grupo que recebeu liraglutida, conhecida com o nome comercial de Victoza. Os pacientes que receberam IDegLira apresentaram uma perda média de peso da ordem de 0,4 quilos, em comparação com um ganho de peso de 2,3 quilos com o uso isolado da insulina degludec e uma perda de 3 quilos com o uso isolado de Victoza. O novo produto também promoveu uma redução de 37% nas taxas de hipoglicemia, quando comparado com a insulina de longa duração.

Fonte: SBD

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