terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Manifestações reumatológicas do diabetes

- Deve se efetuar pesquisa de limitação da mobilidade articular em pacientes diabéticos, especialmente nos de tipo 1, com longa duração e controle glicêmico insatisfatório;

- Pesquisa-se a limitação de mobilidade das mãos pelo sinal de prece e alteração ao encostar a palma da mão em uma mesa. No tornozelo, pesquisa-se a limitação da mobilidade com goniômetro;

- Não há tratamento específico para a limitação da mobilidade articular. Há algumas evidências de que a melhora do controle glicêmico auxilie a evolução. Fisioterapia e exercícios de alongamento podem amenizar o quadro;

- Contratura de Dupuytren é mais comum em diabéticos. O tratamento consiste em melhorar o controle glicêmico, fisioterapia e, eventualmente, tratamento cirúrgico;

- Deve-se efetuar diagnóstico da síndrome de túnel do carpo pela combinação de sintomas e sinais clínicos sugestivos. O diagnóstico é mais provável se houver positividade no teste de Phalen ou também na pesquisa do sinal de Tinel. Tais teste não são confiáveis em casos mais graves. Deve-se reservar estudo de conclusão nervosa a casos duvidosos, caso se considere descompressão cirúrgica;

- O tratamento da síndrome do túnel do carpo é essencialmente conservador, incluindo splinting do pulso, fisioterapia, terapia ocupacional e injeção local de corticosteroides. Não se recomenda o uso de anti-inflamatórios não hormonais para tratar a síndrome do túnel do carpo;

- O tratamento cirúrgico traz resultados melhores do que o clínico em pacientes com quadros mais graves de síndrome de túnel do carpo;

- Deve-se considerar como hipótese diagnóstica tenossinovite de flexor ou dedo em gatilho no caso de paciente com DM que tenha um ou mais nódulos palpáveis e espessamentos próximos ao tendão ou bainha dos flexores, que possam levar a limitação de movimentos e desconforto ou dor palmar durante os movimentos;

- O tratamento da tenossinovite de flexor ou dedo em gatilho consiste, de início, na injeção de corticosteroide no tendão flexor sintomático, frequentemente curativo. No caso de pacientes que não desejarem tratamento invasivo, deve-se tentar anti-inflamatórios não hormonais ou bandagens;

- Deve-se pensar em síndrome da dor complexa regional do tipo 1 (antiga distrofia simpaticorreflexa) em casos de dor neuropática associada a alterações vasomotoras e/ou autonômicas em paciente com DM;

- É essencial considerar para o tratamento da síndrome da dor complexo regional: fisioterapia e terapia medicamentosa para controlar dor crônica (antidepressivos tricíclicos, anticonvulsionantes, corticosteroides orais, neurolépticos ou bloqueio neuronal);

- Por meio do teste de Apley e da mobilidade passiva para diagnóstico de capsulite adesiva (CA) do ombro, deve-se pesquisar pacientes diabéticos com queixa de dor ou limitação do movimento dos ombros;

- Embora o diagnóstico de capsulite seja clínico, deve-se considerar radiografia no diagnóstico diferencial de dor no ombro para excluir outras causas;

- O uso de anti-inflamatórios não hormonais e corticosteroides orais oferece melhora sintomática na fase aguda dolorosa. Deve-se avaliar a relação risco-benefício do uso de tais drogas em pacientes diabéticos;

- Pode-se tratar pacientes com sintomas persistentes de dilatação articular por injeção intra-articular de corticosteroides e solução salina;

- Após a fase dolorosa, o tratamento da CA do ombro consiste em exercícios e fisioterapia;

- Deve-se sempre considerar artrite séptica e piomiosite como diagnósticos diferenciais de artrites (especialmente monoartrites) e miosites, respectivamente, em pacientes diabéticos.

Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013/2014



Mais informações sobre o assunto:

Manifestações musculoesqueléticas em diabetes mellitus

Manobra de Phalen

Síndrome do túnel do carpo

Síndrome da dor complexa regional dos tipos 1 e 2

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