Por Karla Melo
Coordenadora do departamento de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes
O diabetes tipo 2 está em franca expansão no mundo, devido à epidemia de obesidade. Cerca de 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 são obesos. Mas o diabetes tipo 1 que corresponde a 5 a 10% do total de pessoas com diabetes, também vem crescendo. Hoje, acredita-se que tenhamos 382 milhões de pessoas com diabetes no mundo e, em 20 anos, deveremos alcançar 592 milhões, um crescimento de 55%. No Brasil já são 14 milhões de pessoas com diabetes. Com estes dados, já pode se dizer que o diabetes é uma epidemia que está se alastrando por todo o planeta. Como controlar, prevenir e tratar o problema, será amplamente debatido durante o XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, que será realizado de 11 a 13 de novembro, no Centro de Convenções FIERGS, em Porto Alegre. Um dos temas em destaque no Congresso é a discussão sobre a disponibilização de insulinas, pelo SUS, para as pessoas com diabetes tipo 1 do Brasil.
DIABETES TIPO 1
O diabetes tipo 1, mais frequentemente diagnosticado na infância e adolescência, é caracterizado por uma agressão às células que produzem insulinas. No Brasil, as estimativas apontam para 600.000 a 1.200.000 pessoas com este diagnóstico, sendo que aproximadamente 33% são crianças e adolescentes. O tratamento deste tipo de diabetes envolve múltiplas aplicações diárias de insulinas e verificação dos níveis glicêmicos. Os pacientes utilizam uma insulina de ação prolongada para controlar a glicemia entre as refeições e enquanto dormem e insulina de ação rápida, administrada antes das refeições, para cobrir os carboidratos dos alimentos e corrigir glicemias elevadas. O objetivo do tratamento é manter a glicemia adequada, sem comprometer a qualidade de vida e reduzindo o risco de desenvolvimento de complicações que podem levar à cegueira, insuficiência renal, diálise, amputações, infarto do miocárdio, entre outras. Outra consequência do tratamento inadequado é a hipoglicemia (nível baixo de glicose no sangue) e quando acontece enquanto o paciente dorme, pode evoluir para um quadro de hipoglicemia grave, podendo chegar à convulsão, coma e óbito.
Dados publicados sobre o diabetes tipo 1 no Brasil demonstram claramente que estes pacientes possuem controle glicêmico inadequado, ficando expostos às complicações citadas. Também fica evidenciada a heterogeneidade do controle glicêmico e da disponibilização de insulinas entre as classes sociais. Os pacientes de classe social muito baixa possuem controle glicêmico pior quando comparados aos pacientes de classe social alta. É importante lembrar que a ausência de insulinas melhores na lista de medicamentos do SUS provoca um número importante de mandados judiciais, atendendo uma parcela pequena dos pacientes e aumentando, de maneira não planejada, os gastos com o tratamento do diabetes no Brasil.
Pensando em iniciar a melhora do tratamento com insulinas no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), Associação Nacional de Assistência aos Diabéticos (ANAD) e a Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (FENAD) elaboraram a petição pública “Insulinas melhores para crianças e adolescentes com diabetes do Brasil” e submeterão à CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias), no início de Dezembro, a solicitação de incorporação da insulina rápida para esta população.
Coordenadora do departamento de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes
O diabetes tipo 2 está em franca expansão no mundo, devido à epidemia de obesidade. Cerca de 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 são obesos. Mas o diabetes tipo 1 que corresponde a 5 a 10% do total de pessoas com diabetes, também vem crescendo. Hoje, acredita-se que tenhamos 382 milhões de pessoas com diabetes no mundo e, em 20 anos, deveremos alcançar 592 milhões, um crescimento de 55%. No Brasil já são 14 milhões de pessoas com diabetes. Com estes dados, já pode se dizer que o diabetes é uma epidemia que está se alastrando por todo o planeta. Como controlar, prevenir e tratar o problema, será amplamente debatido durante o XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, que será realizado de 11 a 13 de novembro, no Centro de Convenções FIERGS, em Porto Alegre. Um dos temas em destaque no Congresso é a discussão sobre a disponibilização de insulinas, pelo SUS, para as pessoas com diabetes tipo 1 do Brasil.
DIABETES TIPO 1
O diabetes tipo 1, mais frequentemente diagnosticado na infância e adolescência, é caracterizado por uma agressão às células que produzem insulinas. No Brasil, as estimativas apontam para 600.000 a 1.200.000 pessoas com este diagnóstico, sendo que aproximadamente 33% são crianças e adolescentes. O tratamento deste tipo de diabetes envolve múltiplas aplicações diárias de insulinas e verificação dos níveis glicêmicos. Os pacientes utilizam uma insulina de ação prolongada para controlar a glicemia entre as refeições e enquanto dormem e insulina de ação rápida, administrada antes das refeições, para cobrir os carboidratos dos alimentos e corrigir glicemias elevadas. O objetivo do tratamento é manter a glicemia adequada, sem comprometer a qualidade de vida e reduzindo o risco de desenvolvimento de complicações que podem levar à cegueira, insuficiência renal, diálise, amputações, infarto do miocárdio, entre outras. Outra consequência do tratamento inadequado é a hipoglicemia (nível baixo de glicose no sangue) e quando acontece enquanto o paciente dorme, pode evoluir para um quadro de hipoglicemia grave, podendo chegar à convulsão, coma e óbito.
Dados publicados sobre o diabetes tipo 1 no Brasil demonstram claramente que estes pacientes possuem controle glicêmico inadequado, ficando expostos às complicações citadas. Também fica evidenciada a heterogeneidade do controle glicêmico e da disponibilização de insulinas entre as classes sociais. Os pacientes de classe social muito baixa possuem controle glicêmico pior quando comparados aos pacientes de classe social alta. É importante lembrar que a ausência de insulinas melhores na lista de medicamentos do SUS provoca um número importante de mandados judiciais, atendendo uma parcela pequena dos pacientes e aumentando, de maneira não planejada, os gastos com o tratamento do diabetes no Brasil.
Pensando em iniciar a melhora do tratamento com insulinas no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), Associação Nacional de Assistência aos Diabéticos (ANAD) e a Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (FENAD) elaboraram a petição pública “Insulinas melhores para crianças e adolescentes com diabetes do Brasil” e submeterão à CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias), no início de Dezembro, a solicitação de incorporação da insulina rápida para esta população.
Iniciaremos a melhoria do tratamento com insulinas pelas crianças e adolescentes com diabetes que deveriam ser prioridades em saúde pública e que também podem sofrer consequências mais deletérias das hipoglicemias noturnas e graves. Solicitamos a incorporação de insulina análoga rápida porque há evidências científicas dos seus benefícios sobre o controle glicêmico e redução do risco de hipoglicemias graves e noturnas, comparada à insulina humana regular disponibilizada pelo SUS; possuem custo mais acessível para a aquisição pelo Ministério da Saúde e há três destas insulinas no mercado brasileiro, podendo ser realizado pregão eletrônico, onde vencerá aquela com o custo mais baixo. Esta solicitação de incorporação é uma iniciativa das sociedades e entidades citadas, não possuindo nenhuma participação da indústria farmacêutica e visa trazer benefícios, inicalmente, para a saúde de crianças e adolescentes com diabetes do nosso país. Este será apenas o primeiro passo para melhorar o tratamento, o controle do diabetes e a qualidade de vida de pessoas com diabetes tipo 1 do Brasil.
O simpósio “Dificuldades e soluções no tratamento do DM1 no Brasil” acontecerá no dia 11/11/2015, às 14:30, na Sala 1 Farroupilha e discutirá a situação atual dos pacientes com diabetes tipo 1 e o tratamento disponibilizado pelo SUS, na visão dos especialistas e de gestores de saúde pública. Os palestrantes são especialistas no tratamento de pessoas com DM1, em farmacoeconomia e no processo de incorporação de medicamentos pelo SUS. Esta discussão é muito importante para viabilizarmos melhorias na insulinoterapia em nosso país.
Edvaldo Furtado Apolinário (Associação Sempre Amigos de Indaiatuba/SP, Karla Melo e eu
Para assinar a petição pública “Insulinas melhores para crianças e adolescentes com diabetes do Brasil” clique aqui: https://secure.avaaz.org/po/petition/Exmo_Sr_Ministro_da_Saude_do_Brasil_Professor_Doutor_Arthur_Chioro_Disponibilize_insulinas_melhores_para_criancas_e_adol/?nLDoBib
Mais informações sobre o XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes neste link: http://www.diabetes2015.com.br/programacao/index.php
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