Por recomendação médica, você está fazendo tratamento com insulina para promover um melhor controle do seu diabetes. Milhões de pessoas em todo o mundo dependem de injeções de insulina, e muitas ainda estão presas a mitos e receios relacionados a este tratamento. Porém, não há nada a temer quando se aplica a insulina certa, na dose certa, com a técnica correta, sob devida orientação e acompanhamento profissional.
Hoje, as insulinas modernas são produzidas com tecnologias bastante avançadas, apresentando um perfil de ação que proporciona eficácia e segurança no uso, quando o paciente adere às recomendações profissionais. De nada adianta utilizar a melhor insulina se ela não for preparada e aplicada corretamente.
Hoje, as insulinas modernas são produzidas com tecnologias bastante avançadas, apresentando um perfil de ação que proporciona eficácia e segurança no uso, quando o paciente adere às recomendações profissionais. De nada adianta utilizar a melhor insulina se ela não for preparada e aplicada corretamente.
Neste manual prático sobre preparo e aplicação de insulina, você encontrará informações fundamentais que irão ajudá-lo a atingir o bom controle do diabetes.
Estamos à sua disposição para proporcionar todo apoio que você necessita para melhorar sua técnica de aplicação, atuando como recurso auxiliar de orientação para que você tire o melhor proveito do tratamento com insulina indicado pelo médico.
Baixe aqui o manual prático Preparo e aplicação de insulina sem mistério
Enfª Márcia Camargo de Oliveira Supervisora de Treinamento Técnico - BD Diabetes Care. Membro do Departamento de Enfermagem da Sociedade Brasiliera de Diabetes - SBD
Fonte: Sebastian Freire, Rede HumanizaSUS e BD Bom Dia
Que barato esse manual! Lembrei de quando fui diagnosticada com diabetes em 1986. A seringa que usava para aplicar insulina não era como o primeiro modelo da foto, mas era bem mais rústica (e com uma agulha bem maior) do que as atuais. Tenho alguns colegas com mais de 30 anos de diagnóstico que chegaram a usar a seringa que se fervia para a reutilização, assim como se amolava a ponta da agulha. Nesse sentido, vejo como o avanço da tecnologia médica ajudou no nosso autocuidado. Em 1986 também não existia o SUS, e a minha família custeava todo o meu tratamento. Embora eu considere o protocolo do SUS em diabetes tipo 1 insuficiente ao atendimento das diretrizes da integralidade e da universalidade, o que existe disponível hoje na assistência farmacêutica e ainda em educação em diabetes é também um avanço enorme.
Há um outro aspecto relacionado à aplicação de insulina que toca tanto o público em geral quanto as pessoas com diabetes: o desconhecimento da condição e da necessidade de se tomar a medicação através de injeções. Hoje mesmo participei de um debate num grupo de diabetes do facebook sobre uma abordagem policial por causa da aplicação de insulina: uma garota precisava tomar a insulina e, estando num ponto de ônibus, resolveu aplicar ali mesmo a injeção para que a glicemia não subisse. Uma pessoa que também estava no ponto interpelou policiais, que a abordaram com uma certa violência.
Há muitos relatos parecidos em shoppings centers, em que uma questão de saúde é tratada como questão policial, e a pessoa que necessita tomar a insulina vê-se impedida de aplicar a injeção. Já pensei em fazer um "insulinaço", com várias pessoas aplicando a injeção de insulina em público, para mostrar que este é um ato necessário à nossa sobrevivência, e que não existe risco às pessoas que estão no entorno. Uma campanha pública de conscientização sobre o direito das pessoas com diabetes - e outras doenças que envolvem aplicação de injeções - ao tratamento de saúde e à abordagem com dignidade também seria interessante.
Autoaplicação em público
No início de 2014, uma coluna de conselhos sugeriu que as pessoas com diabetes deveriam esperar até encontrar um lugar discreto para testar seu açúcar no sangue em vez de teste em público. Essa coluna causou fortes sentimentos entre a comunidade diabetes em ambos os lados. No texto a seguir, a autora Laura Kronen assume a posição oposta ao responder à reação do público a uma foto de si mesma injetando insulina em público:
Provavelmente, se você tem diabetes e não está sofrendo de um caso grave de agorafobia (temor ou medo angustiante que certas pessoas experimentam quando atravessam uma praça, uma rua, ou se vêem no meio da multidão), você provavelmente já teve de administrar insulina ou verificar o seu açúcar no sangue em um lugar público. Vou até mesmo mais longe para apostar que todas as pessoas com diabetes que lêm este artigo já fizeram uma demonstração pública de diabetes, pelo menos uma vez na vida, se não várias vezes por dia.
Recentemente, uma foto minha autoaplicando uma dose de insulina durante a noite teve grande repercussão na mídia social. Quase 2000 pessoas comentaram, gostaram, ou compartilharam esta fotografia, com o consenso geral sendo de aplausos para uma mulher cuidando bem de si mesma e não deixando o diabetes atrapalhar sua vida. Muitos pais de crianças com diabetes disseram que mostraram essa imagem para seus filhos como incentivo e inspiração. Para mim, essa foto diz "Quem se importa se o mundo assiste? Eu sou diabético e convivo muito bem com ele dele! Eu estou fazendo o que é preciso para se manter vivo, não importa quem esteja assistindo! "
Afinal de contas, ninguém tem vergonha de respirar direito público. E comer é perfeitamente aceitável também, não é? Engolir comprimidos ou usar um inalador também não é problema. Então, por que um grupo de pessoas, com e sem diabetes, teria problema em assistir esse procedimento de autoaplicação de insulina?
Alguns críticos desse procedimento foram tão longe a ponto de dizerem que as pessoas com diabetes ir ao seu carro para administrar insulina ou fazer um teste de glicose. Agora, eu não sei quanto a vocês, mas quando estou em um restaurante ou bar, eu, muitas vezes, preciso me injetar algumas vezes, dependendo do que eu realmente tenha comido. Eu não estou correndo para o banheiro duas a três vezes para verificar o açúcar no sangue ou para me injetar. Ser discreto é uma cortesia comum, assim como mastigar com a boca fechada. Nós todos podemos concordar que não há necessidade de fazer uma cena agitando uma seringa ou o dedo sangrando, mas eu acredito que se esconder em um banheiro público ou no banco da frente do seu carro é o envio de uma mensagem que você está envergonhado ou acredita que algo está errado com o que você está fazendo.
Em vez disso, sugiro que as pessoas que se sintam desconfortáveis com o olhar dos outros ao seu redor devem simplesmente desviar o olhar. Posso assegurar-lhes que eles não vão ter sérias complicações de saúde por ver alguém cuidar de seus diabetes. Cuidar do diabetes não é uma festa. É um trabalho diuturno que não pode ser prejudicado por preconceitos sociais.
Como as pessoas com diabetes, é preciso conscientizar aqueles que não estão informados sobre a doença. Ainda mais importante, precisamos ser modelos e incentivar outras pessoas que sofrem com esta doença para cuidar de sua saúde, não importa onde eles estejam. Não há nada de errado com você, exceto que seu pâncreas decidiu tirar umas férias permanentes. Faça o que você precisa para sobreviver e viver sua vida em voz alta.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes e Insulin Nation
Estamos à sua disposição para proporcionar todo apoio que você necessita para melhorar sua técnica de aplicação, atuando como recurso auxiliar de orientação para que você tire o melhor proveito do tratamento com insulina indicado pelo médico.
Baixe aqui o manual prático Preparo e aplicação de insulina sem mistério
Enfª Márcia Camargo de Oliveira Supervisora de Treinamento Técnico - BD Diabetes Care. Membro do Departamento de Enfermagem da Sociedade Brasiliera de Diabetes - SBD
Fonte: Sebastian Freire, Rede HumanizaSUS e BD Bom Dia
Que barato esse manual! Lembrei de quando fui diagnosticada com diabetes em 1986. A seringa que usava para aplicar insulina não era como o primeiro modelo da foto, mas era bem mais rústica (e com uma agulha bem maior) do que as atuais. Tenho alguns colegas com mais de 30 anos de diagnóstico que chegaram a usar a seringa que se fervia para a reutilização, assim como se amolava a ponta da agulha. Nesse sentido, vejo como o avanço da tecnologia médica ajudou no nosso autocuidado. Em 1986 também não existia o SUS, e a minha família custeava todo o meu tratamento. Embora eu considere o protocolo do SUS em diabetes tipo 1 insuficiente ao atendimento das diretrizes da integralidade e da universalidade, o que existe disponível hoje na assistência farmacêutica e ainda em educação em diabetes é também um avanço enorme.
Há um outro aspecto relacionado à aplicação de insulina que toca tanto o público em geral quanto as pessoas com diabetes: o desconhecimento da condição e da necessidade de se tomar a medicação através de injeções. Hoje mesmo participei de um debate num grupo de diabetes do facebook sobre uma abordagem policial por causa da aplicação de insulina: uma garota precisava tomar a insulina e, estando num ponto de ônibus, resolveu aplicar ali mesmo a injeção para que a glicemia não subisse. Uma pessoa que também estava no ponto interpelou policiais, que a abordaram com uma certa violência.
Há muitos relatos parecidos em shoppings centers, em que uma questão de saúde é tratada como questão policial, e a pessoa que necessita tomar a insulina vê-se impedida de aplicar a injeção. Já pensei em fazer um "insulinaço", com várias pessoas aplicando a injeção de insulina em público, para mostrar que este é um ato necessário à nossa sobrevivência, e que não existe risco às pessoas que estão no entorno. Uma campanha pública de conscientização sobre o direito das pessoas com diabetes - e outras doenças que envolvem aplicação de injeções - ao tratamento de saúde e à abordagem com dignidade também seria interessante.
Autoaplicação em público
No início de 2014, uma coluna de conselhos sugeriu que as pessoas com diabetes deveriam esperar até encontrar um lugar discreto para testar seu açúcar no sangue em vez de teste em público. Essa coluna causou fortes sentimentos entre a comunidade diabetes em ambos os lados. No texto a seguir, a autora Laura Kronen assume a posição oposta ao responder à reação do público a uma foto de si mesma injetando insulina em público:
Provavelmente, se você tem diabetes e não está sofrendo de um caso grave de agorafobia (temor ou medo angustiante que certas pessoas experimentam quando atravessam uma praça, uma rua, ou se vêem no meio da multidão), você provavelmente já teve de administrar insulina ou verificar o seu açúcar no sangue em um lugar público. Vou até mesmo mais longe para apostar que todas as pessoas com diabetes que lêm este artigo já fizeram uma demonstração pública de diabetes, pelo menos uma vez na vida, se não várias vezes por dia.
Recentemente, uma foto minha autoaplicando uma dose de insulina durante a noite teve grande repercussão na mídia social. Quase 2000 pessoas comentaram, gostaram, ou compartilharam esta fotografia, com o consenso geral sendo de aplausos para uma mulher cuidando bem de si mesma e não deixando o diabetes atrapalhar sua vida. Muitos pais de crianças com diabetes disseram que mostraram essa imagem para seus filhos como incentivo e inspiração. Para mim, essa foto diz "Quem se importa se o mundo assiste? Eu sou diabético e convivo muito bem com ele dele! Eu estou fazendo o que é preciso para se manter vivo, não importa quem esteja assistindo! "
Afinal de contas, ninguém tem vergonha de respirar direito público. E comer é perfeitamente aceitável também, não é? Engolir comprimidos ou usar um inalador também não é problema. Então, por que um grupo de pessoas, com e sem diabetes, teria problema em assistir esse procedimento de autoaplicação de insulina?
Alguns críticos desse procedimento foram tão longe a ponto de dizerem que as pessoas com diabetes ir ao seu carro para administrar insulina ou fazer um teste de glicose. Agora, eu não sei quanto a vocês, mas quando estou em um restaurante ou bar, eu, muitas vezes, preciso me injetar algumas vezes, dependendo do que eu realmente tenha comido. Eu não estou correndo para o banheiro duas a três vezes para verificar o açúcar no sangue ou para me injetar. Ser discreto é uma cortesia comum, assim como mastigar com a boca fechada. Nós todos podemos concordar que não há necessidade de fazer uma cena agitando uma seringa ou o dedo sangrando, mas eu acredito que se esconder em um banheiro público ou no banco da frente do seu carro é o envio de uma mensagem que você está envergonhado ou acredita que algo está errado com o que você está fazendo.
Em vez disso, sugiro que as pessoas que se sintam desconfortáveis com o olhar dos outros ao seu redor devem simplesmente desviar o olhar. Posso assegurar-lhes que eles não vão ter sérias complicações de saúde por ver alguém cuidar de seus diabetes. Cuidar do diabetes não é uma festa. É um trabalho diuturno que não pode ser prejudicado por preconceitos sociais.
Como as pessoas com diabetes, é preciso conscientizar aqueles que não estão informados sobre a doença. Ainda mais importante, precisamos ser modelos e incentivar outras pessoas que sofrem com esta doença para cuidar de sua saúde, não importa onde eles estejam. Não há nada de errado com você, exceto que seu pâncreas decidiu tirar umas férias permanentes. Faça o que você precisa para sobreviver e viver sua vida em voz alta.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes e Insulin Nation
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