O Conselho Nacional de Saúde (CNS) convocou publicamente a 2ª Marcha em Defesa do SUS, prevista para ocorrer no dia 06 de julho em Brasília. O chamado foi feito durante a Plenária da Saúde em Defesa da Democracia e do SUS, realizada na terça-feira (7) na Câmara dos Deputados.
O presidente do CNS, Ronald Santos, destacou as mobilizações nas ruas como reflexo do poder dos movimentos sociais na defesa do SUS. “Temos o compromisso de mostrarmos a nossa força. Essa marcha é coletiva e envolve o conjunto de movimentos que integram a batalha da saúde pública brasileira”, disse.
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) afirmou que no momento de crise de representatividade e de democracia é preciso que os movimentos sociais mostrem unidade e principalmente demostrem o seu poder de articulação por meio de suas bandeiras. “Movimentos com grande poder de mobilização devem estar munidos na defesa dos diretos sociais que sofrem um grande desmonte institucional”, opinou.
Já para o senador Humberto Costa (PT-PE), é preciso exigir do governo interino uma participação maior para cobrar os direitos sociais. “Não é impossível. As mobilizações demostram a força da democracia. As dimensões alcançadas da defesa do SUS são a expressão da resistência”, afirmou.
Segunda Marcha
A 2ª Marcha em Defesa do SUS ocorrerá em Brasília e contará com a participação de diversas entidades representativas de vários segmentos, de religiões, gênero, raça e profissionais de saúde de diversas áreas. A proposta é que a Marcha saia da Catedral Metropolitana de Brasília e caminhe até o gramado em frente ao Congresso Nacional, reivindicando saúde pública gratuita e de qualidade para todos.
Fonte: Conselho Nacional de Saúde
Segue o texto da "Convocatória para a Marcha em Defesa da Saúde, da Seguridade Social e da Democracia" do CNS
O Brasil passa por um momento histórico, onde a defesa da democracia e dos direitos do povo brasileiro estão na agenda dos movimentos sociais e de todos os cidadãos. Não são poucos os ataques às conquistas que a sociedade arduamente lutou e garantiu como parte integrante da nossa Constituição Cidadã. Seja através de projetos que tramitam na Câmara e no Senado, e pelas ações adotadas pelo governo interino, onde o tamanho do estado passa a ser ameaçado, o fato é que somente com mobilização e organização conseguiremos enfrentar e barrar a extinção de nossos direitos. Frente a isso e tendo por base a defesa permanente do SUS, o Conselho Nacional de Saúde – CNS deliberou pela realização da “2ª Marcha em Defesa do SUS e da democracia”, em Brasília, no próximo dia 06 de julho. A “1ª Marcha em Defesa do SUS e da democracia”, aconteceu em dezembro de 2015 como atividade inicial da 15ª Conferência Nacional de Saúde. Com o objetivo de reafirmar os princípios do SUS, em defesa de uma saúde publica universal e de qualidade, a marcha reuniu cerca de 10 mil manifestantes, representando os mais variados segmentos da sociedade e de diversos estados brasileiros.
No processo de construção da 2ª marcha, representantes de entidades, instituições e movimentos sociais reunidos no Conselho Nacional de Saúde decidiram por ampliar o objetivo desta mobilização, passando a incorporar, além da defesa do SUS, a defesa da seguridade social, a partir da convicção de que a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) passa pela defesa dos direitos sociais, incluindo a previdência e a assistência social. Cabe destacar que dentre as primeiras ações do Governo interino foi o ataque ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Da mesma forma, o atual governo demonstra pretensão em flexibilizar a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e fazer uma ampla reforma na previdência, iniciando este processo com a extinção do Ministério da Previdência, fatiando suas atribuições entre o Ministério da Fazenda e do Desenvolvimento Social e Agrário. No campo da saúde, o anúncio de limitação dos gastos com ações e serviços públicos de saúde demonstra que a saúde, e consequentemente a seguridade social encontram-se ameaçadas.
Neste sentido, o Conselho Nacional de Saúde, em articulação com diversas entidades e movimentos em defesa da democracia convoca a sociedade brasileira a não permitir retrocessos. É chegada a hora de lutar pelas conquistas garantidas na Constituição de 1988 e para que não haja nenhum direito a menos. As ruas devem ser, daqui para frente, palco permanente das mais variadas manifestações e o CNS, além da organização conjunta de inúmeros atos em defesa do SUS nos Estados, convoca para a “MARCHA EM DEFESA DA SAÚDE, DA SEGURIDADE SOCIAL E DA DEMOCRACIA”, que se realizará no dia 06 de julho, com concentração na Catedral Metropolitana de Brasília, a partir das 9h. A marcha seguirá para um ato na frente do Congresso Nacional por volta das 10 horas. Traga sua bandeira, organize caravanas e venha lutar por seus direitos. Defender o SUS é defender não só a saúde, mas também a Seguridade e defender a Seguridade é defender a Saúde, a Previdência e a Assistência Social.
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