Serão dois dias de eventos, com dois encontros temáticos - I Encontro de Blogueiros de Diabetes e I Encontro de Blogueiros de Esclerose Múltipla - e um grande encontro geral - II Encontro de Blogueiros e Ativistas em Redes Sociais da Saúde - nos dias 07 e 08 de Novembro de 2014, na Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista - São Paulo - SP - CEP 01319-900):
Dia: 07 de Novembro das 09 às 17 horas.
Encontro de Blogueiros de Esclerose Múltipla
Encontro de Blogueiros de Diabetes
Dia: 08 de Novembro das 09 às 17 horas.
Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais da Saúde
Dia: 07 de Novembro das 09 às 17 horas.
Encontro de Blogueiros de Esclerose Múltipla
Encontro de Blogueiros de Diabetes
Dia: 08 de Novembro das 09 às 17 horas.
Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais da Saúde
Prestigiando a participação democrática de todos os interessados, a organizadora dos eventos Priscila Torres convocou a construção colaborativa dos debates, com a possibilidade de envio de sugestões de pauta através do link: http://www.blogueirosdasaude.org.br/?p=395
Se você é Blogueiro, torne-se Parceiro dos Blogueiros da Saúde. Critérios para se inscrever: ser Blogueiro, abordar o tema saúde, morar em território nacional brasileiro, e poder viajar sem acompanhante.
Para enviar sugestões de pauta da imprensa, ou para ser apoiador e/ou patrocinador dos encontros escreva para "blogueirosdasaude@hotmail.com"
Se você perdeu o I Encontro, leia o post completo sobre o evento em: www.blogueirosdasaude.org.br/p/i-encontro.html
Fonte: Blogueiros da Saúde
Encontro de Blogueiros de Diabetes
Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas (Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD). Sua classificação etiológica inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), DM gestacional e outros tipo de DM (SBD, Organização Mundial de Saúde - OMS, e American Association of Diabetes - ADA).
Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013/2014 (Epidemiologia e prevenção do diabetes mellitus), uma epidemida de diabetes mellitus (DM) está em curso. Em 1985, estimava-se haver 30 milhões de adultos com DM no mundo; esse número cresceu para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300 milhões em 2030. Cerca de 2/3 desses indivíduos com DM vivem em países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade, com crescente proporção de pessoas afetadas em grupos etários mais jovens (...)
No Brasil, no final da década de 1980, estimou-se a prevalência de DM na população adulta em 7,6%; dados mais recentes apontam para taxas mais elevadas. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil apresenta o quarto maior número de diabéticos no mundo: 13,4 milhões de pessoas já foram diagnosticadas com a doença e estima-se que existam 6,1 milhões de pessoas ainda não diagnosticadas. Conforme relatório de 2013 do Tribunal de Contas da União sobre saúde no Brasil, a prevalência do diabetes no país atingiria 10,52% nos adultos entre 20 e 79 anos, o que seria a 165ª maior taxa entre 216 países. Aduz-se que a taxa mundial é de 8,2%.
A taxa de mortalidade por diabetes é um dado que apresenta uma significativa subnotificação no país, pois, quando associada à outra causa no óbito, é desconsiderada pelas estatísticas nacionais, que registram apenas a causa básica da morte. Em 2010, essa taxa foi de 28,8 óbitos para cada 100.000 habitantes.
Os custos do DM afetam o indivíduo, a família e a sociedade, porém não são apenas econômicos. Os custos intangíveis (p. ex., dor, ansiedade, inconveniência e perda de qualidade de vida) também apresentam grande impacto na vida das pessoas com diabetes e seus familiares, o que é difícil de quantificar.
Combinando as estimativas para 25 países latino-americanos, calcula-se que os custos decorrentes da perda de produção pela presença de DM podem ser cinco vezes maiores que os diretos. Esse fato se deveria ao acesso limitado à boa assistência à saúde, com consequente elevada incidência de complicações, incapacitações e morte prematura.
Prevenção efetiva também significa mais atenção à saúde de forma eficaz. Isso pode ocorrer mediante prevenção do início do DM (prevenção primária) ou de suas complicações agudas ou crônicas (prevenção secundária), através de campanhas informativas e tratamento medicamentoso adequado, além de dieta alimentar e prática regular de exercícios.
No âmbito nacional, os medicamentos para tratamento público de diabetes são elencados na Portaria nº 2.583, de 10 de outubro de 2007 (protocolo do SUS de diabetes), contendo apenas os dois tipos mais antigos de insulina: NPH e Regular. Processadas com tecnologia de 1936, essas insulinas não cumprem o papel de garantir o tratamento adequado da doença (artigo 175, § único, IV, da Constituição Federal). O padrão aqui adotado, com insulinas que há 30 anos não são mais usadas por pessoas com DM1 nos Estados Unidos, é o mesmo do Haiti - país com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América.
Recentemente, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias - CONITEC do Ministério da Saúde estudou a possibilidade de incorporação de insulinas mais modernas ao protocolo do SUS, os chamados análogos de insulina, mas, por razões primordialmente financeiras, a incorporação foi rejeitada. Também faltam campanhas públicas informativas de prevenção e tratamento da doença mais eficientes, já que a educação integra o dever de promoção da saúde e direito de todo cidadão, previsto nos artigos 196 a 200, da Constituição Federal.
Daí a necessidade de uma ampla discussão sobre a situação do diabetes e dos diabéticos no Brasil, para que haja maior controle social sobre as políticas de saúde relacionadas à doença no âmbito do SUS, e para que as pessoas que convivem com ela não fiquem desamparadas e desinformadas neste hiato entre o que há e o que precisamos, em que o Estado não educa a contento os seus cidadãos. Lembrado que a participação popular direta na construção do SUS é princípio expresso no artigo 198, III, da Constituição Federal.
Cabe a nós, blogueiros e ativistas, levantar esta causa perante a sociedade brasileira, porque a mídia tradicional, financiada por propagandas de planos privados de saúde em seus periódicos escritos e televisionados, certamente não vai promover um debate em prol da melhoria do SUS.
Blogueiros que não residem em São Paulo e que precisam de financiamento para comparecer devem preencher um formulário pelo link: https://docs.google.com/forms/d/1-o4N8kxX2buKs3TtRt_8MBTDgHX_cRV4YkGIIZ4Samo/viewform
Espero que todos que se interessam por um cuidado público melhor do diabetes pelo SUS participem deste encontro!
Débora Aligieri - advogada, blogueira e ativista em saúde
Encontro de Blogueiros de Diabetes
Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas (Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD). Sua classificação etiológica inclui quatro classes clínicas: DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), DM gestacional e outros tipo de DM (SBD, Organização Mundial de Saúde - OMS, e American Association of Diabetes - ADA).
Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013/2014 (Epidemiologia e prevenção do diabetes mellitus), uma epidemida de diabetes mellitus (DM) está em curso. Em 1985, estimava-se haver 30 milhões de adultos com DM no mundo; esse número cresceu para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300 milhões em 2030. Cerca de 2/3 desses indivíduos com DM vivem em países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade, com crescente proporção de pessoas afetadas em grupos etários mais jovens (...)
No Brasil, no final da década de 1980, estimou-se a prevalência de DM na população adulta em 7,6%; dados mais recentes apontam para taxas mais elevadas. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil apresenta o quarto maior número de diabéticos no mundo: 13,4 milhões de pessoas já foram diagnosticadas com a doença e estima-se que existam 6,1 milhões de pessoas ainda não diagnosticadas. Conforme relatório de 2013 do Tribunal de Contas da União sobre saúde no Brasil, a prevalência do diabetes no país atingiria 10,52% nos adultos entre 20 e 79 anos, o que seria a 165ª maior taxa entre 216 países. Aduz-se que a taxa mundial é de 8,2%.
A taxa de mortalidade por diabetes é um dado que apresenta uma significativa subnotificação no país, pois, quando associada à outra causa no óbito, é desconsiderada pelas estatísticas nacionais, que registram apenas a causa básica da morte. Em 2010, essa taxa foi de 28,8 óbitos para cada 100.000 habitantes.
Os custos do DM afetam o indivíduo, a família e a sociedade, porém não são apenas econômicos. Os custos intangíveis (p. ex., dor, ansiedade, inconveniência e perda de qualidade de vida) também apresentam grande impacto na vida das pessoas com diabetes e seus familiares, o que é difícil de quantificar.
Combinando as estimativas para 25 países latino-americanos, calcula-se que os custos decorrentes da perda de produção pela presença de DM podem ser cinco vezes maiores que os diretos. Esse fato se deveria ao acesso limitado à boa assistência à saúde, com consequente elevada incidência de complicações, incapacitações e morte prematura.
Prevenção efetiva também significa mais atenção à saúde de forma eficaz. Isso pode ocorrer mediante prevenção do início do DM (prevenção primária) ou de suas complicações agudas ou crônicas (prevenção secundária), através de campanhas informativas e tratamento medicamentoso adequado, além de dieta alimentar e prática regular de exercícios.
No âmbito nacional, os medicamentos para tratamento público de diabetes são elencados na Portaria nº 2.583, de 10 de outubro de 2007 (protocolo do SUS de diabetes), contendo apenas os dois tipos mais antigos de insulina: NPH e Regular. Processadas com tecnologia de 1936, essas insulinas não cumprem o papel de garantir o tratamento adequado da doença (artigo 175, § único, IV, da Constituição Federal). O padrão aqui adotado, com insulinas que há 30 anos não são mais usadas por pessoas com DM1 nos Estados Unidos, é o mesmo do Haiti - país com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América.
Recentemente, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias - CONITEC do Ministério da Saúde estudou a possibilidade de incorporação de insulinas mais modernas ao protocolo do SUS, os chamados análogos de insulina, mas, por razões primordialmente financeiras, a incorporação foi rejeitada. Também faltam campanhas públicas informativas de prevenção e tratamento da doença mais eficientes, já que a educação integra o dever de promoção da saúde e direito de todo cidadão, previsto nos artigos 196 a 200, da Constituição Federal.
Daí a necessidade de uma ampla discussão sobre a situação do diabetes e dos diabéticos no Brasil, para que haja maior controle social sobre as políticas de saúde relacionadas à doença no âmbito do SUS, e para que as pessoas que convivem com ela não fiquem desamparadas e desinformadas neste hiato entre o que há e o que precisamos, em que o Estado não educa a contento os seus cidadãos. Lembrado que a participação popular direta na construção do SUS é princípio expresso no artigo 198, III, da Constituição Federal.
Cabe a nós, blogueiros e ativistas, levantar esta causa perante a sociedade brasileira, porque a mídia tradicional, financiada por propagandas de planos privados de saúde em seus periódicos escritos e televisionados, certamente não vai promover um debate em prol da melhoria do SUS.
Blogueiros que não residem em São Paulo e que precisam de financiamento para comparecer devem preencher um formulário pelo link: https://docs.google.com/forms/d/1-o4N8kxX2buKs3TtRt_8MBTDgHX_cRV4YkGIIZ4Samo/viewform
Espero que todos que se interessam por um cuidado público melhor do diabetes pelo SUS participem deste encontro!
Débora Aligieri - advogada, blogueira e ativista em saúde
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