segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A incrível fábrica de bomba de insulina

Em fevereiro deste ano de 2015 escrevi um post sobre a minha experiência usando os sensores da bomba de insulina da Medtronic: Diferenças entre o sof sensor e o enlite. Durante o mês que fiz o teste com o enlite, não senti nenhuma modificação relevante em relação aos resultados das medidas do sensor em comparação com o glicosímetro (o sof já funciona bem pra mim), e não percebi diferenças entre o tamanho de um sensor e outro. 

Tomando conhecimento do meu post e da minha avaliação inicial sobre o enlite, a Medtronic entrou em contato comigo e me convidou para uma visita à empresa no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo/SP, para receber mais informações sobre o enlite e para orientações sobre formas de melhorar o desempenho do sensor.





No dia 09 de março de 2015 fui à Medtronic, conheci um pouquinho da história da empresa, e conversei sobre os sensores com a enfermeira Erika Henriques. Conheço a Erika desde 2011, foi ela que me acompanhou durante o teste com a bomba de insulina, e que instalou a minha bomba definitiva e o sensor de glicose intersticial. Assim, nosso bate-papo foi bastante descontraído e proveitoso, pois a Erika já sabe que questiono bastante as informações que me passam.


Ela me mostrou os dois sensores lado a lado e pude perceber que, de fato, o enlite é bem menor que o sof, o que diminui as chances de sangramento na inserção, melhorando assim o desempenho do sensor.



Quando recebi a bomba, o manual recomendava a calibração do sensor duas vezes por dia. Seguindo as instruções dos manuais (li na integralidade as versões em portugês e em inglês), calibrava o sensor duas vezes por dia. Mas costumava ter dificuldades quando a glicemia estava muito acima ou muito abaixo dos padrões de normalidade (abaixo de 70 mg/dl e acima de 180 mg/dl, quando as chances de levar o sensor a erro ou não aceitar a calibração são maiores - veja o post: erro de calibragem), e ficava algum tempo sem o monitoramento até a glicemia voltar a níveis mais próximos do normal.


A Erika então me explicou que calibrando entre 3 a 4 vezes por dia, o sensor funciona melhor. A calibração deve ser feita obrigatoriamente a cada 12 horas para que o sensor funcione, mas calibrando a cada 6 horas (ou seja, 4 vezes ao dia), se em alguma dessas vezes a glicemia não estiver dentro dos padrões para calibração (entre 70 e 180), não há problema de ficar sem o monitoramento, porque o sensor ainda vai funcionar por mais um tempo sem necessidade de calibração. 


Também debatemos a questão da fixação do sensor e do minilink à pele em relação à fidelidade das medidas. Erika me explicou que o enlite, por ter um adesivo acoplado ao sensor que o fixa melhor à pele, e ainda um outro que impede a movimentação do minilink, apresenta um desempenho melhor que o sof, que não tem esses adesivos extras para fixar melhor tanto o sensor quanto o minilink à pele, e impedir que os movimentos do corpo influenciem negativamente nas medidas da glicose intersticial.


Seguindo as orientações da Erika, e fazendo algumas adaptações caseiras para melhorar o desempenho do sofsensor (já pedi a troca pelo enlite no posto de dispensação do SUS, mas ela ainda não ocorreu), percebi que além de evitar os problemas de calibração, também consegui melhorar o desempenho do sensor de madrugada, horário em que ele funcionava pior em função de muitos alarmes equivocados de hipoglicemia.


Passei a fazer a calibração entre 3 a 4 vezes por dia (sempre antes das refeições principais e, eventualmente, no meio da madrugada) e percebi que os resultados do sensor e do glicosímetro ficaram mais próximos, e que os alarmes equivocados de hipoglicemia de madrugada se reduziram bastante (embora ainda ocorram de vez em quando).


 comparativo do resultado da glicemia na bomba (com o sofsensor) e no glicosímetro


Antes dessa visita, usava apenas um adesivo sobre o minilink e o sensor para fixá-los à pele. Depois da conversa com a Erika, passei a colocar um adesivo (com um buraco recortado manualmente) sobre o sensor e um segundo sobre o minilink. Com os dois adesivos, percebi que sensor e minilink ficaram menos suscetíveis aos movimentos do corpo, e consegui fazer com o que o sensor durasse por mais tempo, e apresentasse medidas mais acuradas.






Agradeço a hospitalidade da Medtronic e a abertura ao diálogo democrático, respeitando as mihas opiniões sobre os produtos que fabrica, mesmo que discordem da publicidade veiculada pela empresa. 

Com base neste respeito aos consumidores e às suas opiniões, é que peço à Medtronic que promova modificações no manual dos usuários da bomba e do sensor, para que as informações sobre calibração, uso e melhor desempenho do sensor sejam mais apuradas e de acordo com as orientações relatadas neste post, e estejam ao alcance de todos.

Finalmente, agradeço a Erika pelo cuidado e atenção comigo desde o primeiro momento em que tomei contato com a bomba de insulina, por me atender no dia da visita e me orientar para melhorar o desempenho do sensor, e ainda por me passar o link abaixo com a dica de calibração.


Eu e Erika


Dica +Perto de calibração: 
Qual o melhor momento para fazer a calibração do sensor?

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