terça-feira, 7 de abril de 2015

07 de abril - Dia Mundial da Saúde - SEGURANÇA ALIMENTAR


Em 2015 a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu o tema “Do campo à mesa, obtendo alimentos seguros” para as comemorações desta data. A boa nutrição é um fator determinante para a garantia da boa saúde. Desde o nascimento, o homem necessita de alimentos para sua sobrevivência. A qualidade dos alimentos que consumimos é um fator importante. A região das Américas conta com cerca de 953 milhões de habitantes e garantir alimentos seguros a toda esta população é um desafio para todos os países da região. O acesso a quantidades suficientes de alimentos seguros e nutritivos é fundamental para a manutenção da vida e promoção da saúde. A segurança alimentar e a boa nutrição são indissociáveis. O consumo inadequado de determinados tipos de alimentos ou ingredientes, como excesso de sal, açúcar e gorduras podem levar a ocorrência de algumas doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão. Paralelamente, a prática de atividades físicas também é essencial para a saúde de qualquer indivíduo.

Por esses motivos, a OPAS/OMS no Brasil ampliou o tema e celebra o Dia Mundial da Saúde incentivando a o consumo de alimentos seguros, a alimentação saudável e a prática de atividades físicas juntos.

Alimentos não seguros geram um ciclo vicioso de doença e desnutrição que afetam particularmente os mais vulneráveis (crianças, idosos e doentes).

Os alimentos saudáveis são a chave para uma boa saúde, por outro lado, os alimentos não seguros contendo bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas prejudiciais à saúde são a causa mais de 200 doenças - que vão desde diarreia ao câncer. Doenças diarreicas matam cerca de 2 milhões de pessoas por ano, incluindo muitas crianças. Essas doenças prejudicam a produtividade, sobrecarregam o sistema de saúde pública e reduz os ganhos econômicos, impedem o desenvolvimento socioeconômico, prejudicando as economias nacionais, turismo e comércio.

A urbanização e as mudanças nos hábitos de consumo têm aumentado o número de pessoas que compram e comem alimentos preparados em locais públicos. A globalização tem provocado crescente demanda dos consumidores por uma ampla variedade de alimentos, resultando em uma cadeia global cada vez mais complexo e mais alimentos.

Com a globalização, as viagens e o crescimento do comércio internacional de alimentos, as doenças transmitidas por alimentos podem atravessar as fronteiras nacionais a afetar rapidamente vários países, representando um risco cada vez maior de transmissão de doenças. Exemplos incluem contaminação de fórmula infantil, surtos de Escherichia coli ligadas a carnes contaminadas e legumes, uso indiscriminado de agrotóxicos, entre outros.Os governos devem eleger a segurança alimentar uma prioridade de saúde pública, uma vez que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de políticas e marcos regulatórios, estabelecer e implementar sistemas de segurança alimentar eficazes que assegurem que os produtores de alimentos e fornecedores ao longo de toda a cadeia alimentar, desde o campo até a mesa do consumidor, seja em sua casa ou em um restaurante, possam operar de forma responsável e fornecer alimentos seguros para os consumidores. A boa colaboração entre governos, produtores e consumidores ajuda a garantir a segurança alimentar.

Outro grande desafio são os micro-organismos resistentes que entram na cadeia de alimentos e são uma ameaça à saúde pública. O uso prudente de antimicrobianos na medicina humana é crucial no combate à resistência antimicrobiana. Esse uso prudente é igualmente crucial na agricultura, particularmente na produção animal e na piscicultura. Os alimentos seguros deveriam servir como plataforma para unir as partes interessadas, com vistas à conscientização e à adoção de medidas para a solução do problema. Em maio de 2015, a OMS apresentará um plano global de ações na Assembleia Mundial da Saúde para a resolução do crescente problema de resistência antimicrobiana¹.

A OMS também visa facilitar a prevenção mundial das doenças alimentares, com a detecção e resposta as ameaças à Saúde Pública associadas a alimentos não seguros e trabalha para garantir a confiança do consumidor nas autoridades nacionais e internacionais. Para tanto é necessário que os Estados-Membros reforcem suas capacidades nacionais para prevenir, detectar e gerir os riscos de origem alimentar por:

• Fornecer avaliações científicas independentes sobre os riscos microbiológicos e químicos que formam a base para as normas internacionais de alimentos, orientações e recomendações, conhecido como o Codex Alimentarius, para garantir a segurança do alimento de onde quer que ela se origine;

• Avaliar a segurança das novas tecnologias utilizadas na produção de alimentos, tais como a modificação genética e nanotecnologia;

• Contribuir para melhorar os sistemas alimentares e quadros legais nacionais e implementar a infraestrutura adequada para gerir os riscos de segurança alimentar. A OMS e a FAO possuem uma Rede Internacional de Autoridades em Segurança Alimentar (INFOSAN) para compartilhar rapidamente as informações durante emergências de segurança alimentar;

• Promover a manipulação segura dos alimentos através de programas sistemáticos de prevenção e consciência, através das Cinco Chaves para uma alimentação mais segura e outros materiais informativos; e

• Advogar para a segurança alimentar como um componente importante da segurança da saúde e para a integração da segurança alimentar nas políticas e programas nacionais em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI - 2005).
A inocuidade dos alimentos requer um esforço global. A OMS há muito tempo colabora com várias atividades da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), a fim de assegurar a inocuidade dos alimentos em todos os elos da cadeia de alimentos. É extremamente importante que os governos nacionais atuem da mesma forma, pensando na saúde do consumidor e construam pontes entre setores da saúde, agricultura, comércio e meio-ambiente¹.

Reconhecendo a importância da falta de segurança dos alimentos e das doenças transmitidas por alimentos (DTAs) como uma importante causa de doenças e mortes em todo o mundo, a OMS adotou a resolução WHA53.15 em 2002 e a Resolução WHA63.3 em maio de 2010, estabelecendo como prioridade a inocuidade dos alimentos e a prevenção e o controle das DTAs. A OPAS também adotou como prioridade a inocuidade dos alimentos e seu aprimoramento como um dos objetivos estratégicos do seu Plano Estratégico 2014-2019.

Como observou a diretora Geral da OMS em um número recente da revista Lancet, o momento pede uma resposta sustentável para os problemas centrais, que são a dispersão das autoridades responsáveis pela qualidade dos alimentos, os orçamentos instáveis e a escassez de demonstrações convincentes sobre o efeito das doenças de origem alimentar. Por isso, a OMS e a OPAS dedicam esse Dia Mundial da Saúde aos Alimentos seguros, a fim de catalisar uma ação coletiva dos governos e do público para a adoção de medidas destinadas a melhorar a segurança dos alimentos no campo, nas indústrias, nos mercados, nos restaurantes, lanchonetes e padarias, nos serviços de ambulantes e nas cozinhas dos nossos lares.




Em 21 de janeiro de 2015, durante o lançamento do novo site do MST, o economista e ativista social João Pedro Stédile conversou com blogueir@s sobre as dificuldades para a realização de uma reforma agrária num país com histórico de grandes propriedades rurais concentradas em poder de poucos proprietários como é o Brasil, e ainda sobre a necessidade de uma mudança da política agrária voltada para a monocultura de 5 principais produtos (cana, soja, eucalipto, café e milho), que está destruindo os recursos naturais, afetando a saúde e a subsistência da população brasileira como um todo.

Stedile mencionou dados sobre 500 mil novos casos de câncer em função do veneno utilizado nos alimentos. Esta é uma das razões pelas quais a reforma agrária agora pressupõe mais que a divisão de terras, deve ter também como paradigma a produção de alimentos saudáveis, eliminação de agrotóxicos e transgênicos, e plantação com equilíbrio ambiental.

Assista à conversa de João Pedro Stedile com @s blogueir@s na íntegra (a questão sobre saúde e segurança alimentar é comentada por volta dos 56 minutos):





Protudos e alimentos orgânicos - sem agrotóxicos e livres de veneno



Na edição do mês de abril, o boletim "Nutrindo a Mudança" destaca algumas conquistas importantes e programas para ajudar as pessoas a fazer parte das boas MUDANÇAs: https://www.vponline.com.br/2014/pt/vp_responsabilidade_social_boletim.php?edicao=9&tema=4

A agenda está especial, apresentando a programação da Primeira Virada Sem Veneno, que já está indo para seu fim de semana de encerramento, mas que ainda permite que as pessoas participem de muitas atividades nos setores do alimento, da água, da cultura, dos cuidados pessoais e da economia solidária.




 
O “Mapa de Feiras Orgânicas” do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), ferramenta de busca, mapeamento e cadastro de feiras orgânicas e grupos de consumo responsável em todo o Brasil, ganhou novo layout e algumas novas funcionalidades: http://feirasorganicas.idec.org.br/

Com objetivo de tornar os produtos orgânicos mais acessíveis aos consumidores e fomentar uma alimentação saudável em todo Brasil, agora o mapa também possibilita a inclusão de informações de produtores, associações e cooperativas de produtos orgânicos e agroecológicos. A mudança permite uma maior proximidade entre consumidores e produtores, diversificando as possibilidades de compra de produtos orgânicos e encurtando o caminho do alimento até à mesa.

Além da atualização do layout e inclusão de novas funcionalidades, agora também é possível colaborar e interagir com a ferramenta por meio do envio de comentários, fotos e avaliação de itens. Mais fácil de navegar e com foco no encontro de pontos próximos ao consumidor, o Mapa agora também conta com interface de fácil utilização em celulares e tablets.

No site, o consumidor ainda pode encontrar quais são as frutas, verduras e legumes da estação em cada região.

Lançado em 2012, a cada ano, o número de feiras só aumenta. Há dois anos, eram 119 feiras e 29 grupos de consumo. Hoje, são mais de 350 feiras, em 130 cidades e 45 grupos de consumo cadastrados na ferramenta. E, uma visitação de mais de 10 mil pessoas por mês.

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