Diabetes e Democracia
O protagonismo dos usuários e pacientes na construção da política de saúde
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
Sistema flash de monitorização da glicose no SUS: Consulta Pública da Conitec vai até 29/10 (terça-feira)
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
O caso do veto de Tarcísio aos sensores de glicose
A princípio, pensei em silenciar para não desanimar aqueles que começam nessa luta, para que não percam a motivação. Mas se tem uma coisa que aprendi em mais de dez anos fazendo isso, é que ser inocente e pueril pode até ser bonito, mas não contribui com a maturidade do nosso movimento em defesa da vida e de direitos.
Pois bem vamos ao caso dos sensores, a partir de uma análise do processo de tramitação do PL e dos envolvidos na questão.
O Projeto de Lei 868/2023 teve uma tramitação bastante rápida considerando o tempo do processo legislativo, passando por 3 comissões e sendo aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo em menos de um ano, antes do envio para sanção ou veto (o que aconteceu) do governador. Considerando que o DM1 ainda envolve muito desconhecimento por parte da sociedade em geral e dos atores políticos, bem como a divergência de dados estatísticos e sobre os custos envolvidos no tratamento, o mais acertado seria fazer um debate prévio mais ampliado, com audiência pública para conhecer as experiências de dificuldades e de sucesso de pacientes, e de outros municípios (parece que 7 deles no Estado de SP) onde os sensores foram localmente incorporados.
Nada disso aconteceu, e tampouco o impacto orçamentário dessa incorporação local (que implicaria na exclusividade de custeio pelo Estado de SP) foram apresentados para garantir que essa seria uma medida benéfica aos pacientes e economicamente viável ao SUS no território paulista. Em outras palavras, o gestor ficou no escuro ao receber a proposta.
Não conheço o proponente (Dr. Elton, PSC), não posso ser leviana e fazer acusações infundadas. Mas o que fiquei questionando é o motivo da aceleração desse processo de tramitação do PL. Pode ser pela ausência de consciência do proponente acerca da complexidade envolvida na incorporação de uma tecnologia ao SUS ou sobre a necessidade de debater a questão com quem não convive com pessoas com diabetes ou não conhece muito bem a doença. Pode ser apenas necessidade de aprendizado parlamentar. Mas também pode ser que outros interesses movam essa proposta, que envolve o pleito do proponente à Prefeitura de São José dos Campos.
Mas o fato é que muitos de nós, com os poucos elementos do PL, no papel de governadores, também vetariam esse PL. E falo isso como alguém que vê neste Governador de São Paulo um dos piores exemplos de um representante do Poder Executivo, um privatista neoliberal que vem vendendo nossos bens e nossas empresas públicas, como vimos no caso da Sabesp.
O caminho agora é pressionar os Deputados Estaduais para tentar derrubar o veto, o que é bem difícil, considerando que a maioria da ALESP é da base governista do Tarcísio. Isso não significa que devemos desistir de derrubar esse veto, mas temos que conhecer nossas chances e os parlamentares que devemos pressionar, até para saber qual a melhor estratégia a ser usada. De qualquer forma, derrubando ou não o veto, o debate está sendo feito publicamente, a pauta ganhou relevância, e estamos trazendo pessoas para lutar conosco, e isso é o mais importante. Isso também mostra que o processo de avaliação de tecnologias em saúde promovida pela Conitec parece ser a forma mais adequada de reunir elementos mais concretos, e com efeitos universalizados (para todo o Brasil) para incluir uma nova tecnologia ao SUS.
E ainda que o parecer da Conitec nos seja desfavorável, as nossas experiências compartilhadas nas consultas públicas ainda são uma forte evidência de vida real capaz de garantir uma inclusão de tratamento ao SUS com segurança para os pacientes e para a sustentabilidade do nosso SUS, como aconteceu no caso da incorporação dos análogos de insulina para DM1.
Então bora pressionar os deputados estaduais para tentar derrubar o veto do Tarcísio. Mas sem a inocência de acreditar que isso vai acontecer apenas pelo empenho de um ou mais parlamentares, ou em função da vontade do governante. A luta é nossa, e as conquistas também!
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
Diabetes, ativismo digital e participação social
Como a internet permite que pessoas que vivem com a doença possam se
organizar, dialogar com o poder público e conquistar mudanças
importantes para o SUS. E por que é preciso que se abra mais espaço para
esses grupos.
O novo texto da coluna Saúde é Democracia, fruto da parceria do Cebes com o portal Outra Saúde, mostra como a internet se tornou um espaço crucial para pessoas com diabetes se unirem, dialogarem com as autoridades e impulsionarem mudanças no SUS. Débora Aligieri explora o ativismo digital e a participação social como ferramentas poderosas na luta por uma saúde mais inclusiva. Débora Aligieri tem diabetes tipo 1, é advogada e ciberativista em saúde, administradora do blog Diabetes e Democracia, mestra em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP, e apaixonada pelo SUS. Leia mais sobre a importância desses grupos e a necessidade de ampliar seu espaço.
Novembro azul e ciberativismo em diabetes: participação social no SUS em tempos de transformação digital
No dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, campanha de conscientização e prevenção da doença por meio de atividades desenvolvidas durante todo o mês, denominado de Novembro Azul do Diabetes (para se diferenciar da campanha contra o câncer de próstata).
Não pretendo aqui discutir a propriedade do Novembro Azul, tampouco a questionável eficácia das campanhas dos meses coloridos para a prevenção de doenças e agravos em saúde. Mas abordar um fenômeno que ganhou relevância nas últimas décadas com a consolidação da sociabilidade em redes digitais – o ciberativismo em saúde – e suas potencialidades e desafios para a participação social no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente neste momento de intensos debates sobre saúde digital. E o diabetes (condição com que convivo há 37 anos) tem forte relação com esta forma de atualização da luta pelo direito à saúde no Brasil.
Diabetes no Mundo e no Brasil
A cada dois anos, a Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês) publica um relatório com dados da doença (o mais recente será publicado hoje). Em sua décima edição de 2021, o IDF Atlas estimava 537 milhões de pessoas convivendo com diabetes no mundo (ou 10.5% da população mundial), sendo o Brasil o sexto país com maior prevalência da doença, contabilizando cerca de 15,7 milhões de pessoas. Era também o 3º em número de crianças e adolescentes com o tipo 1 (92.300) e em maiores gastos (42,9 bilhões de dólares) para o tratamento da condição e de suas complicações, foco da campanha deste ano “Saiba seu risco, construa um futuro saudável”.
As estratégias desenvolvidas para o enfrentamento deste desafio global para os indivíduos e para os sistemas de saúde concentram-se na adoção de protocolos e diretrizes clínicas voltadas ao controle glicêmico e no acesso à assistência profissional e farmacêutica para o autocuidado. Nossas experiências de convívio com a doença e as tecnologias leves, integrantes da construção compartilhada do cuidado, e essenciais ao dialogismo entre saberes técnicos e leigos, são praticamente ignoradas por estes modelos de cuidado e pelas políticas públicas.
No Brasil, o acesso à insulina e outros medicamentos e insumos para o controle glicêmico é garantido pelo SUS. Mas em outros países sem um sistema de saúde universal, a realidade é outra. Em relatório publicado em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a falta de acesso à insulina por 30 milhões de pessoas no mundo, atribuindo a preços altos, baixa disponibilidade de insulina humana, poucos produtores (três multinacionais) dominando o mercado de insulina, e sistemas de saúde frágeis como as principais barreiras ao acesso universal ao medicamento.
O relatório da OMS também destaca como um desafio o alto custo dos análogos de insulina – com melhorias no tempo de ação e redução de efeitos colaterais – 3 vezes mais caras que as insulinas humanas em alguns países. Os análogos de insulina foram incorporadas ao SUS para o tratamento de diabetes tipo 1 a partir da mobilização de diabéticos e seus familiares nas mídias digitais, por meio de publicações em blogs e em redes sociais, em articulação com associações de pacientes e sociedades profissionais.
Participação social e ciberativismo em diabetes
O ciberativismo em saúde envolve ações colaborativas articuladas por meio de plataformas e mídias digitais por pessoas e grupos em busca de mudanças sociais, usando a internet na conquista de suporte para movimentos e causas pela difusão de informações, discussão coletiva de ideias e proposição de ações, criando canais de participação política. O fenômeno mostra como as estratégias de participação social na construção da política de saúde no Brasil foram se atualizando com o uso das tecnologias digitais e da auto-organização de indivíduos e coletivos, típica do ciberespaço, em defesa do direito à saúde.
No caso do diabetes, especialmente o tipo 1 (mais prevalente no ciberespaço), aprendemos a transformar nossas experiências com o processo saúde-doença em ferramentas de reivindicação de direitos, usando a internet como espaço de luta política. Levantamos a pauta da incorporação dos análogos de insulina ao SUS em nossas publicações sobre nosso cotidiano, muito além do controle glicêmico. Desenvolvemos conhecimentos sobre o processo de Avaliação de Tecnologias em Saúde participando de consultas públicas e dialogando com o Ministério da Saúde pelas redes sociais. Logramos modificar pareceres desfavoráveis à incorporação dos análogos, originar a criação de uma linha de cuidado até então inexistente no SUS, incluir a hipoglicemia como desfecho relevante na análise de evidências em saúde, e cobrar a efetiva oferta do medicamento na ponta. Nessa trajetória, deixamos de ser objetos da política e passamos a ser sujeitos da transformação desejada, com ampliação das ofertas do SUS.
Potencialidades e desafios para a participação social no SUS na era digital
A internet favorece o protagonismo dos usuários na construção de demandas políticas em saúde, mostrando o ciberativismo em diabetes como a participação social no SUS vem se atualizando em tempos de transformação digital. Conseguimos propagar nossa voz, mas ainda temos dificuldades de nos fazer ouvir e respeitar como portadores de saberes em saúde. Prova disso é a ausência da perspectiva leiga nas discussões da Secretaria da Informação e Saúde Digital, do Ministério da Saúde.
Também precisamos ser incluídos nos debates sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, para que possamos nos apropriar melhor das barreiras impostas pela indústria farmacêutica ao efetivo acesso aos medicamentos. Somente assim, poderemos avançar em outras questões, relacionadas ao modelo de cuidado e aos determinantes sociais da saúde.
A luta pela construção de um sistema de saúde justo e que concretize o ideário do Movimento da Reforma Sanitária segue nas novas arenas de participação popular, por meio da ocupação do ciberespaço com nossa luta pelo direito à vida.
Leia o artigo publicado no portal Outra Saúde e no CEBES
Referências:
- ALIGIERI, D.; LOUVISON, M. C. P.; SILVA, E. A. Ciberativismo em diabetes e a participação social na saúde através das mídias digitais. Diálogo com a Economia Criativa, Rio de Janeiro, v. 4, n. 12, p. 88-105, set./dez. 2019. doi: http://dx.doi.org/10.22398/2525-2828.41288-105.
- ALIGIERI, D. Ciberativismo em diabetes: “lutamos por vidas, não por likes” / Débora Aligieri; orientadora Marília Cristina Prado Louvison. –- São Paulo, 2021.224 p. Acessível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-03092021-142231/pt-br.php>
- IDF. International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas 2021 – 10ª edição. Acessível em: <https://diabetesatlas.org/idfawp/resource-files/2021/07/IDF_Atlas_10th_Edition_2021.pdf>
- Organização Mundial da Saúde. Keeping the 100-year-old promise: making insulin access universal. Genebra, 2021. Acessível em: <https://www.who.int/publications/i/item/9789240039100>
Leia também: Ciberativismo em diabetes: "lutamos por vidas, não por likes" ... nas redes sociais e na academia!
sábado, 20 de maio de 2023
Ainda sobre a aquisição de insulina pelo MS e sobre o oligopólio da produção
As notícias sobre falta de análogos de #insulina de ação rápida para diabéticos tipo 1 no Brasil vem gerando muitas dúvidas. Nessas duas notas, a Sociedade Brasileira de Diabetes
aborda os principais pontos que ainda podem trazer dúvidas sobre a
aquisição do medicamento pelo Ministério da Saúde da empresa Gan &
Lee, que vem suscitando desconfiança de muitos pacientes pelo simples
fato de ser uma fabricante chinesa (quando boa parte dos produtos e
insumos de saúde e de outras naturezas que usamos são também fabricados
na China).
Na primeira nota, a SBD ressalta a
necessidade de mais informações sobre os estudos clínicos de efetividade
da insulina análoga de ação rápida da Gan & Lee, e na segunda
esclarece que a insulina de ação prolongada produzida pela mesma empresa
já tem registro e aprovação na ANVISA.
Espero que
essas notas possam nos ajudar tanto a derrubar um preconceito sem base
em critérios técnicos contra os produtos chineses (lembrando que esta é
uma ótima alternativa para enfrentar o oligopólio da produção e
comercialização das insulinas - sobre os oligopólios, vale muito a pena
leitura do texto do sanitarista Reinaldo Guimarães, indicado após as
notas) e também servir como uma forma de mobilizar o Ministério da Saúde
a compartilhar com a sociedade de forma mais detalhada os fundamentos
técnicos que embasam a compra que vai garantir que não haverá falta de
insulina análoga de ação para pessoas com #diabetestipo1 no Brasil!
Links das notas da SBD
Posicionamento da SBD sobre a aquisição, pelo Ministério da Saúde, da insulina asparte da China: https://bit.ly/3oc1BIp
A insulina glargina da Gan & Lee atende aos pré-requisitos da ANVISA: https://bit.ly/3olpcpY
Link do texto de Reinaldo Guimarães no Outras Palavras
Insulina: um desafio a ser enfrentado: https://outraspalavras.net/outrasaude/insulina-um-desafio-a-ser-enfrentado/
sábado, 8 de abril de 2023
Falta de insulinas análogas para DM1 no SUS: "cabo de guerra" entre governo e farmacêuticas coloca nossas vidas em risco
Na última segunda-feira participei de uma matéria do Jornal da Cultura a respeito de um alerta do Tribunal de Contas da União sobre a provável falta de insulinas análogas de ação rápida para diabetes tipo 1 a partir de maio, e ainda sem previsão de data para restabelecimento do fornecimento.
Um cabo de guerra entre governo e indústria farmacêutica, com muitas informações desencontradas a respeito dos reais motivos dessa falta, que podem envolver questões relacionadas ao oligopólio da produção de comercialização da insulina no mundo, falta de soberania na produção e desenvolvimento de tecnologias em saúde, falta de planejamento e redução do orçamento para a saúde dos governos pós golpe de 2016, trapalhadas burocráticas na aquisição do medicamento, fragmentação entre o processo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) e a política de assistência farmacêutica para garantir o acesso da população na ponta aos medicamentos e insumos, e até mesmo uma espécie de pressão das empresas estrangeiras para fragilização do Governo Lula.
Na matéria, a companheira Denise Franco fala sobre os riscos a que estão sujeitas crianças e adolescentes, boa parte dos portadores de DM1, sem o acesso às insulinas análogas. Eu ressalto a incorporação das insulinas análogas como uma conquista da comunidade diabética que, por meio da articulação entre o ciberativismo em diabetes, associações de pacientes e sociedades profissionais, conseguiu levantar a necessidade de acesso aos análogos de insulina como uma pauta importante para o cuidado das pessoas com diabetes no Brasil, e comprovar por meio de suas experiências práticas com a tecnologia a relevância da substituição da insulina Regular (cujo inconcebível retorno ao uso em função do aumento das hipoglicemias graves é sugerido pelo Ministério da Saúde) pela insulina análoga de ação rápida.
Esse é um exemplo muito prático (e triste) do que constatei na minha pesquisa de mestrado analisando os posts de 60 páginas de diabéticos e seus familiares sobre a fragmentação do sistema de saúde. Transcrevo aqui as palavras do que afirmei na minha dissertação: "a campanha para disponibilização dos análogos tem um relevo muito maior no corpus da pesquisa do que as mobilizações pela incorporação, revelando problemas na etapa pós-incorporação de medicamentos e mostrando a ATS como um processo que, apesar de sua sofisticação técnica, não garante o acesso à tecnologia incorporada" (https://bit.ly/3Kp370R - fls. 182/183).
Precisamos encontrar soluções para que esta fragmentação deixe de representar portadores de doenças crônicas sem os medicamentos necessários à sua sobrevivência, diabéticos sem a insulina necessária à sua sobrevivência. Precisamos de uma resposta imediata do Ministério da Saúde e das empresas que comercializam insulinas análogas, e esta reposta não pode ser o retorno ao uso de uma tecnologia que já se mostrou ineficaz ao controle do diabetes (como sugere o MS), nem a incapacidade de atendimento à demanda (escusa das farmacêuticas Novo Nordisk, Sanofi e Lilly).
As 3 empresas se esforçaram muito ao longo das últimas décadas para dominar 95% do mercado mundial de insulinas, agora tem um compromisso com os diabéticos de todo o mundo de promover o acesso ao medicamento cuja primeira patente a Lilly recebeu há 100 anos por apenas um dólar, porque Banting (um dos descobridores do efeito da insulina no controle do diabetes) acreditava ser um impositivo moral garantir o acesso de uma tecnologia que salva vidas a todas as pessoas do mundo com diabetes. Quem tem o bônus, deve arcar também com o ônus.
Queremos nossas insulinas análogas, é nosso direito! #analogosjá
domingo, 12 de março de 2023
UAEM Brasil: chamada para novos estudantes e apoiadores - 13/03, on-line, 19h
Em 2020 estive em um encontro presencial da UAEM Brasil em Belo Horizonte cujo tema era Soberania Nacional e Mobilização Popular: perspectivas para o acesso universal a medicamentos.
Também em 2020 tivemos a linda presença da Luciana Melo Nunes Lopes, farmacêutica, doutoranda em Saúde Pública e atual diretora executiva da Universidades Aliadas por Medicamentos Essenciais (UAEM) na América Latina, no webinar da Faculdade de Saúde Pública da USP “Participação social no combate à COVID-19: desafios e aprendizados da luta política pelo direito à saúde no contexto da pandemia”, em que ela mostrou como a UAEM BR já vinha pautando a discussão sobre o acesso a vacina ou tratamento para a COVID-19.
Participe da reunião da UAEM Brasil, e lute pela acesso a medicamentos no Brasil!
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
Inscrições abertas! Perspectiva do Paciente - Chamada Pública sobre edema macular diabético
domingo, 20 de novembro de 2022
O que é ciberativismo em saúde? - Participe do Curso de Verão da FSP-USP
Há 30 anos a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) oferece uma programação especial de cursos de extensão universitária pelo Programa de Verão, visando o desenvolvimento e o fortalecimento dos laços da academia com a comunidade. Em 2023 ocorrerá o 30º Programa de Verão, em que serão oferecidos 23 (vinte e três) cursos, entre eles "O que é ciberativismo em saúde?", coordenado pelo Professor Marco Akerman, e que terei o prazer de ministrar como docente convidada.
O curso é destinado a militantes, ativistas, conselheiros, pesquisadores, pós-graduandos e graduandos em qualquer área, e tem apenas dois pré-requisitos: ter acesso à internet e formação no ensino médio. Além disso, há um custo de R$ 175,00.
As inscrições vão até o dia 09/12/2022, e devem ser feitas por meio do site do Programa de Verão da FSP-USP: https://www.fsp.usp.br/cverao/, onde outras informações podem ser consultadas. Antes da inscrição, é necessário realizar o cadastro na plataforma, por meio do seguinte link: https://www.fsp.usp.br/cverao/index.php/cadastro/index.php. Em seguida, é necessário acessar a seção onde os cursos são apresentados por meio deste link: https://www.fsp.usp.br/cverao/index.php/turmas/apresentacao.php. Daí é só escolher "O que é ciberativismo em saúde?", ou outro curso que queira fazer.
Serão 5 aulas on-line, do dia 30/01/2023 ao dia 03/02/2023, das 14h às 18h00, pela plataforma google meets, incluindo o seguinte conteúdo programático: 1. Saúde é democracia – participação social nas políticas públicas de saúde, dos antecedentes do Movimento da Reforma Sanitária à institucionalização dos Conselhos e Conferências de Saúde; 2. Comunicação e saúde – ciberespaço, sociedade em rede, e a diversidade de conceitos e de formas de ciberativismo (ativismo em rede, ativismo digital, webativismo, ativismo on-line, electronic advocacy, net-ativismo e e-ativismo); 3. Sobrevivência e produção do cuidado – ciberativismo e a relação com nosso corpo, com os outros e com a sociedade em que vivemos; 4. Subjetividade e produção de existências – constituição de sujeitos da rede ciberativista; 5. Política e produção de demandas – ciberativismo e participação/controle social pelas mídias digitais para exigir do Estado o cumprimento de suas obrigações na promoção, no tratamento e na recuperação da saúde como um direito individual e coletivo no Brasil.
O curso de extensão "O que é ciberativismo em saúde?" tem por objetivo ampliar o conhecimento sobre o ciberativismo como uma modalidade de participação social, com foco na área de saúde, promovendo a reflexão sobre sua articulação com outras formas de participação popular e sua relação com a construção das políticas públicas, com a gestão dos serviços e das práticas, e com a atuação cidadã na defesa dos direitos sociais. A proposta surgiu como um desdobramento de pesquisa de mestrado “Ciberativismo em diabetes: “lutamos por vidas, não por likes”, considerando a pertinência do estudo sobre a atualização das estratégias de luta em defesa de direitos a partir da interface com as mídias digitais na produção de conhecimentos no campo da saúde coletiva, pensando novos modelos de relação Estado-sociedade na construção das políticas públicas, e também no exercício do controle social por meio da internet, a partir da identificação dos mecanismos e forças operantes nessa relação, especialmente com a pandemia de Covid-19, que promoveu a concentração dos debates políticos no universo on-line.
Pra quem vai participar, nos encontramos no finzinho de janeiro de 2023 para debater o ciberativismo em saúde como uma forma de participação social na construção das políticas públicas. Até lá!
Débora Aligieri
Saiba mais sobre a pesquisa “Ciberativismo em diabetes: “lutamos por vidas, não por likes”: http://diabetesedemocracia.blogspot.com/2021/09/ciberativismo-em-diabetes-lutamos-por.html