Iniciamos nossa atividade em setembro de 2012. O
 projeto era um sonho de sua idealizadora, Eliziane Leite, 
endocrinologista, atuando há mais de 20 anos no Distrito 
Federal, para quem o tratamento do paciente diabético, sobretudo, não pode 
furtar-se de um atendimento multidisciplinar. Concretizando este 
conceito, instalamos a Clínica Diabetes Brasília e, não obstante tratar-se de um passo  ousado, o modus operandi
 não se revela, de todo, como sendo novidade absoluta. 
É certo que o 
serviço público de saúde já promove o tratamento multidisciplinar, 
conquanto funcione com suas equipes de saúde. Na iniciativa privada, 
refiro-me especificamente em Brasília, tal 
realidade ainda não havia sido experimentada. A suposta escassez de 
médicos endocrinologistas no Distrito Federal evidenciou a prática do 
individualismo e pode-se afirmar que até um brevíssimo período referidos
 médicos mantinham-se em seus consultórios particulares praticando a 
medicina isoladamente, a maioria deles sequer ofertando seus serviços 
para operadoras de plano de saúde.
Enfim, conseguimos implantar o nosso projeto e visando especificamente com maior ênfase os portadores de diabetes inauguramos a Clínica Médica Diabetes Brasília. 
Neste
 primeiro momento formamos a equipe com cinco endocrinologistas, duas 
nutricionistas e duas enfermeiras. Insta enfatizar que somos a clínica 
privada que concentra o maior número de especialistas em Brasília.
 Fizemos parcerias com educadores físicos, laboratórios, psicólogos e 
fisioterapeutas. A ideia, ora consolidada, consiste em prestar o mais 
completo atendimento.
O público alvo, sem dúvida, os pacientes portadores de diabetes e demais pacientes acometidos de patologias endócrinas. Não
 obstante, haja vista a localização da clínica, em ponto central da 
cidade, o público visado seria o paciente que sem acesso ao serviço 
público e também sem plano de saúde, pudesse experimentar um atendimento
 de máxima qualidade.
Estabelecemos
 que a consulta seria integrada, cabendo ao médico indicar a necessidade
 do paciente submeter-se aos cuidados do nutricionista e/ou aos cuidados
 de enfermagem. O custo/benefício extremamente atraente, porquanto o 
valor atribuído à consulta -  no início - foi equivalente a R$170,00. A 
vantagem, imaginava-se, seria o ganho de escala. Temos capacidade de 
atendimento de até 1.200 pacientes/mês, considerando os quatro 
consultórios médicos e mais sala de pré-consulta e sala de enfermagem. 
Hoje o valor da consulta integrada é de R$300,00, sem dúvida, ainda o 
melhor custo-benefício, tratando da realidade do Distrito Federal.
Surpreendemo-nos no início, e isto traduz a realidade de Brasília,
 quando fomos instados a aumentar o valor originário da consulta, 
sobretudo pela descrença dos pacientes em julgar que  o valor 
anunciado da consulta, então R$170,00, não seria compatível com a 
prestação de serviço de qualidade. Sem dúvida uma experiência de 
mercado. Optamos pelo não atendimento de operadoras de plano de saúde, 
exatamente para destinar aos nosso pacientes um atendimento de 
qualidade. Prontuário eletrônico e uma equipe disposta a assumir 
integralmente os pacientes. 
Nestes quase dois anos de funcionamento o 
que se pode extrair é a dificuldade de lidar com a qualidade do serviço 
prestado. Diversos pacientes revelaram-nos que o nosso atendimento é 
diferenciado, o que significa que estamos no caminho certo, ademais, 
porque a consulta é humanizada e uma equipe acolhe o paciente em suas 
fragilidades.
Reuniões
 clínicas e discussão de casos clínicos são realizadas rotineiramente. 
Faz parte de nossa pretensão o trabalho de pesquisa e revela-se como 
realidade a parceria com o serviço público, sobretudo, para orientação e
 prescrição dos medicamentos, que, aliás, aqui em Brasília, tanto o atendimento dos ambulatórios de endocrinologia e diabetes,
 bem como a farmácia pública, funcionam adequadamente e com qualidade, a
 despeito da demanda, como, aliás, é realidade em todo o país.
Reitero
 que é evidente o nosso desejo de revelar-se como referência no 
tratamento do paciente diabético, sobretudo, pelo nosso propósito de 
insistir, sem ressalvas, no atendimento de máxima qualidade. Contudo,
 o próprio paciente diabético, ou ainda, os pacientes de modo geral, a 
maioria das vezes sem acesso a um tratamento de qualidade, sucumbe ao 
procedimento falacioso do atendimento por meio de operadoras de planos 
de saúde. O valor do honorários dispensados aos médicos credenciados dão
 o tom do atendimento a ser prestado, naturalmente, com as honrosas 
exceções. A dinâmica é a mesma, porquanto o volume de atendimento é o 
fator que vai indicar a permanência do profissional médico no contrato 
de adesão a que fora submetido.
Assim,
 sem que o próprio paciente saiba do engodo a que se submete em 
tratamento que exige amplo conhecimento da doença e participação ativa 
de sua família, imagina que a simples visita ao médico, na maioria das 
vezes sem que o tempo de consulta  ultrapasse mais do que cinco a seis 
minutos, seja suficiente para manter-se equilibrado e sem as danosas 
consequências que virão em face da evolução de sua doença.
A
 dura realidade tem consequências estarrecedoras, inclusive, 
economicamente, quando se conclui que a despeito do paciente submeter-se
 a ingestão de medicamentos, tão-somente, sem o necessário apoio 
multidisciplinar, sofrerá os danos provocados por sua desídia e mais, 
promovidos por profissionais médicos que não atuam conjuntamente à vista
 do imposição do sistema de saúde fadado ao insucesso.
Há
 estudos em evidência que revelam que o tratamento do paciente 
diabético, sem o propósito de sua educação para a doença, inclusive de 
seus familiares, sem a atividade física adequada e sem a prescrição 
dietética permanente, certamente os encaminharão para as mais drásticas 
consequências, sem dúvida, numa vertente econômica, aumentando-se os 
gastos com a doença sejam públicos ou privados.
Portanto,
 a ousadia mencionada alhures, diz respeito ao modo pelo qual foi 
concretizado o sonho; inovador em nossa realidade, contraditório em suas
 razões comuns. Não obstante, árduo na sua tarefa de manter-se incólume 
em sua linha de propósitos, ademais, à vista da negligência dos próprios
 destinatários e mais ainda à concorrência acirrada do mercado, 
sobretudo, ante as operadoras de plano de saúde que despreza o efetivo 
tratamento em prol da manutenção de seu suporte econômico. É a difícil tarefa a que estamos submetidos. A experiência é, sem dúvida, tentadora e o nosso alívio reflete-se na 
fidelidade do paciente que compreende a nossa missão, integralmente em 
seu favor.
É um longo caminho a percorrer, com persistência, ultrapassando as 
intempéries e mais às dificuldades que ainda serão enfrentadas, sob pena
 de ver sucumbir um projeto que prioriza a qualidade da prestação do 
serviço médico em detrimento do imediatismo inerente ao lucro fácil que 
se revela mais evidente em iniciativas de tal jaez. Enfim, em breves palavras, eis um resumo mínimo do que estamos a enfrentar.
Resta-nos claro que a persistência irá nos recompensar, conquanto, desde
 que possamos suportar o ônus da permanência, ademais, nosso paciente, 
nosso cliente, precisa estar ciente de que pode manter-se equilibrado em
 sua saúde e conviver harmoniosamente com sua doença. Urge que ele tenha
 opção desta alternativa e saiba que ela existe.
Estamos sobrevivendo com o melhor dos desejos, qual seja, que 
um dia, pacientes crônicos saibam que há uma alternativa para o seu 
bem-estar e de sua família. Seja por meio da iniciativa privada ou 
pública é um direito que lhes assiste. E aqui estamos para ofertar-lhe 
esta opção.
A nova iniciativa da Clínica Diabetes Brasília é um periódico, bimensal, que se prestará como nosso espaço de
 divulgação e realizações e ainda, orientações e auxílio aos que buscam 
um efetivo tratamento. Interessados em receber a newletter podem fazer a assinatura gratuita pelo sítio da clínica em: http://diabetesbrasilia.com.br/
André Braga
advogado e contador,  casado com Eliziane Leite, endocrinologista
É sócio da Clinica Diabetes Brasília Ltda. 
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